No início da época todos diziam que o FC Porto não contava
para as contas do título e que iria lutar pelo terceiro lugar com o Braga… Pois
bem, se o FC Porto não contava para as contas do título passou a contar a
partir de determinado momento. Os Dragões aproximaram-se e pressionaram o
adversário numa luta que nem sempre foi disputada com “armas” iguais para os
dois.
É verdade que o FC Porto falhou em momentos que não podia
falhar, deixando com isso escapar a possibilidade de ultrapassar o Benfica e
instalar-se no primeiro lugar. E isso foi responsabilidade dos jogadores que,
infelizmente fruto da falta de sorte – que também faz parte do jogo – ou da
falta de razão nos momentos determinantes, ou da falta de maturidade, não
conseguiram materializar em golo as muitas ocasiões de que dispuseram em muitos
jogos. Do mesmo modo que também foi culpa do treinador, que muitas vezes não
terá feito as melhores opções – se bem que agora é fácil dizer isto. Mas, e porque
também são protagonistas no jogo, não podemos ignorar, esquecer ou fingir que
não aconteceu, o FC Porto foi prejudicado por erros de arbitragem em muitos
jogos e isso, quer queiram ou não, faz diferença. Se uma equipa vê uma grande
penalidade ser assinalada e convertida com o jogo a 0, vai ganhar outra margem
de conforto e confiança que não tinha antes; se uma equipa vê uma grande
penalidade – às vezes até mais do que uma – ser-lhe negada, mesmo que fosse tão
grande quanto a torre dos Clérigos, vai deixar de sentir-se confortável e pior
do que isso, vai deixar de estar concentrada em si própria para dividir a
atenção pela equipa de arbitragem, sentindo-se desconfiada do trabalho desta.
Não me digam que isto não faz diferença, porque faz. E nem me venham dizer que
quem fala de erros de arbitragem não percebe nada de futebol, porque se não
existissem erros nenhum de nós falava de árbitros. Que não queiram que o FC
Porto e os portistas falem dos roubos que se passaram ao longo desta época é
uma coisa – e até percebo porquê – mas não me venham dizer que não existiram.
Por isso hoje, com toda a desilusão e tristeza que sinto por
ver o meu FC Porto derrotado numa luta em que foi prejudicado e em que teve
culpas próprias, recuso-me a dar mérito ao Benfica – não gostei de ouvir Nuno
dar os parabéns ao Benfica, a menos que tenha sido irónico - porque se todos
jogassem com as mesmas “armas” as coisas seriam diferentes. E hoje,
provavelmente, quem estaria a festejar e com um enorme sorriso e o coração
cheio de orgulho e de felicidade éramos nós.
eu ponho em causa o mérito do Benfica!
Sem comentários:
Enviar um comentário