segunda-feira, 15 de maio de 2017

Crónica de Uma Portista Desolada



No início da época todos diziam que o FC Porto não contava para as contas do título e que iria lutar pelo terceiro lugar com o Braga… Pois bem, se o FC Porto não contava para as contas do título passou a contar a partir de determinado momento. Os Dragões aproximaram-se e pressionaram o adversário numa luta que nem sempre foi disputada com “armas” iguais para os dois.
É verdade que o FC Porto falhou em momentos que não podia falhar, deixando com isso escapar a possibilidade de ultrapassar o Benfica e instalar-se no primeiro lugar. E isso foi responsabilidade dos jogadores que, infelizmente fruto da falta de sorte – que também faz parte do jogo – ou da falta de razão nos momentos determinantes, ou da falta de maturidade, não conseguiram materializar em golo as muitas ocasiões de que dispuseram em muitos jogos. Do mesmo modo que também foi culpa do treinador, que muitas vezes não terá feito as melhores opções – se bem que agora é fácil dizer isto. Mas, e porque também são protagonistas no jogo, não podemos ignorar, esquecer ou fingir que não aconteceu, o FC Porto foi prejudicado por erros de arbitragem em muitos jogos e isso, quer queiram ou não, faz diferença. Se uma equipa vê uma grande penalidade ser assinalada e convertida com o jogo a 0, vai ganhar outra margem de conforto e confiança que não tinha antes; se uma equipa vê uma grande penalidade – às vezes até mais do que uma – ser-lhe negada, mesmo que fosse tão grande quanto a torre dos Clérigos, vai deixar de sentir-se confortável e pior do que isso, vai deixar de estar concentrada em si própria para dividir a atenção pela equipa de arbitragem, sentindo-se desconfiada do trabalho desta. Não me digam que isto não faz diferença, porque faz. E nem me venham dizer que quem fala de erros de arbitragem não percebe nada de futebol, porque se não existissem erros nenhum de nós falava de árbitros. Que não queiram que o FC Porto e os portistas falem dos roubos que se passaram ao longo desta época é uma coisa – e até percebo porquê – mas não me venham dizer que não existiram.
Por isso hoje, com toda a desilusão e tristeza que sinto por ver o meu FC Porto derrotado numa luta em que foi prejudicado e em que teve culpas próprias, recuso-me a dar mérito ao Benfica – não gostei de ouvir Nuno dar os parabéns ao Benfica, a menos que tenha sido irónico - porque se todos jogassem com as mesmas “armas” as coisas seriam diferentes. E hoje, provavelmente, quem estaria a festejar e com um enorme sorriso e o coração cheio de orgulho e de felicidade éramos nós.
eu ponho em causa o mérito do Benfica!


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