Tendo em conta o que se passou nos últimos cinco jogos,
ocorre-me fazer a seguinte análise.
Antes do jogo frente ao Vitória de Setúbal no Dragão, a
equipa vinha a atravessar uma sequência positiva de jogos, em que jogava bem,
marcava golos e confiava nas suas capacidades para alcançar os objetivos
traçados para cada jogo. Entendo, por isso, que aquele jogo frente ao Setúbal,
que não correu dentro do esperado e desejado, funcionou como uma espécie de
pedra na engrenagem e dessa forma, quebrou-se parte da confiança. Vejamos. O
Benfica na véspera tinha perdido pontos e uma vitória portista colocaria o FC
Porto na liderança. Ora, a equipa não soube lidar com essa pressão, que deveria
ter sido positiva, e não conseguiu fazer o que tinha de fazer, vencer, apesar
de ter amealhado ocasiões mais do que suficientes para ganhar tranquilamente.
Seguiu-se o jogo na Luz e, mais uma vez, uma vitória colocaria os Dragões no
topo. O problema foi que, talvez ainda consequência do que tinha acontecido na
jornada anterior, a equipa voltou a não conseguir livrar-se da pressão e
confiar mais em si. Seguiu-se a receção ao Belenenses, nesse jogo o FC Porto
fez o que tinha de fazer, venceu tranquilamente. Depois veio a deslocação a
Braga e, outra vez, falhou a confiança, sem que tivessem faltado ocasiões para
marcar. E por fim, o jogo frente ao Feirense. Sabendo que o Benfica tinha
empatado no clássico, não seria difícil a equipa motivar-se para lutar pelos 3
pontos e voltar a ficar a 1 da liderança. Só que não foi isso que se passou. O
FC Porto voltou a sufocar o adversário, voltou a ter ocasiões de golo, mas sem
conseguir marcar. Ou seja, nestes quatro empates encontro um ponto comum: faltou
razão, faltou critério, faltou confiança e, infelizmente, parece-me que faltam
as forças a algumas pedras mais importantes da equipa. Há jogadores para quem o
facto de não poderem falhar está a pesar mais do que seria suposto e desejado.
O próprio treinador disse na conferência de imprensa após o jogo de Domingo que
“há o medo de não voltar a ganhar”. Pois mister, só que esse medo não pode
acontecer, porque se acontecer o caldo entorna e não há nada a fazer para
remediar. É urgente reverter esta situação, porque, e não há como esconder, vem
aí jogos que tem tanto de decisivos quanto de difíceis e se esta equipa já foi
capaz de confiar em si própria, tem de o voltar a fazer. Não falta garra,
querer, união ou solidariedade a este grupo, mas está a faltar discernimento. É
preciso que o FC Porto comece desde o primeiro minuto a pressionar forte para
marcar o mais rápido possível e, dessa forma, não permitir que o adversário
ganhe confiança a defender. Para além disso, será importante que os médios
procurem rematar de fora da área, de modo a aumentarem as probabilidades da
bola esbarrar em alguém e entrar.
Só assim consigo encontrar uma explicação para este trajeto
descendente que a equipa tem feito nos últimos jogos. E creio que a única forma
de recuperar a confiança é voltar, rapidamente, às vitórias, porque não há receitas
mágicas, eu pelo menos não a tenho, mas há coisas que são, mais ou menos,
óbvias e lógicas.
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