segunda-feira, 28 de junho de 2010

El Comandante e o FC Porto

“"Gostava de terminar no FC Porto"

FEDERICO DEL RIO

As quatro épocas que passou no FC Porto marcaram decididamente Lucho. O argentino saiu há um ano, rumo ao Marselha, mas não esqueceu o clube, os dirigentes, os adeptos e também a cidade. Tanto assim que terminar a carreira no Dragão é uma hipótese que El Comandante pondera seriamente. A revelação foi feita na Argentina, num programa de rádio, quando analisava as condições para um eventual regresso ao seu país. "Tenho as melhores recordações do FC Porto, um clube no qual vivi momentos inesquecíveis, criando-se uma ligação muito importante com os adeptos e os dirigentes. Sei que no FC Porto tenho a porta aberta para regressar em qualquer momento e não descarto essa hipótese", disse Lucho na Rádio La Red, entrevistado para o programa "100 por cento River".

Além da ligação afectiva ao FC Porto, o internacional argentino criou raízes na cidade nortenha, onde mantém residência, de resto. "É um lugar muito bonito. Gosto da cidade, do clube, de tudo. Talvez tenha a oportunidade de acabar a carreira com a camisola do FC Porto", insistiu Lucho. Antes, dera alguns argumentos que podem inviabilizar o fim da carreira no seu país. "Há muitos aspectos que se questionam na hora de voltar à Argentina. Não é apenas a questão afectiva, de estar perto da família e dos amigos, mas também a parte desportiva e a qualidade de vida que podemos ter em outro lugar. Por isso, não é fácil aos clubes argentinos conseguirem repatriar jogadores. É evidente que sempre se pensa nos clubes em que jogámos e por vezes imaginamos o regresso. No meu caso, tenho as melhores recordações do Huracán e do River Plate e seria bom regressar. No entanto, resta-me cumprir mais três anos de contrato em França", explicou.
De seguida, falou então na hipótese de terminar a carreira no FC Porto. Ora, neste momento Lucho tem 29 anos e restam-lhe mais três anos de contrato com o Marselha. Ou seja, tem contrato até aos 32 anos, uma idade que ainda possibilita jogar ao mais alto nível.

A saída de Lucho para o Marselha teve contornos curiosos. Com 28 anos, e depois de ter dito numa entrevista a O JOGO que pensava mesmo terminar a carreira no FC Porto, o clube francês interessou-se pelo médio argentino. Como Lucho não queria sair, e a SAD não estava muito interessada em vender o seu passe, os dirigentes do Marselha perguntaram ao jogador quanto queria ganhar. Lucho pensou e atirou com um número elevadíssimo, de maneira a que os franceses perdessem o interesse. O resto da história é conhecida. O Marselha aceitou pagar a tal verba - 4,3 milhões de euros por quatro anos de contrato, o que dá um salário mensal de 358 mil euros - e negociou com o FC Porto, apresentando uma proposta de 18 milhões de euros (mais bónus por objectivos), praticamente irrecusável devido à idade do jogador. E Lucho ficou a ser o terceiro jogador mais bem pago de França.


Primeiro carregamento e a moda dos beijinhos

Lucho e Lisandro inauguraram duas modas em Portugal: abriram as portas do mercado argentino, fonte cada vez mais privilegiada dos emblemas nacionais – no FC Porto são cinco e outros tantos no Benfica. Além disso, introduziram o beijinho como cumprimento entre os jogadores. Uma moda que demorou um pouco a generalizar-se. No início houve quem estranhasse tal manifestação entre atletas, agora é prática corrente.


El Comandante sempre em festa

TOMAZ ANDRADE

Lucho é um nome incontornável na história do FC Porto. O argentino chegou no início da época de 2005/06, quando a equipa vinha de uma temporada vazia em termos de títulos (tinha experimentado sem sucesso três treinadores), e enquanto esteve no Dragão o clube ganhou sempre o título nacional. Foi, talvez, a principal figura do tetracampeonato. Também venceu duas Taças de Portugal. Ao todo foram seis troféus, para lá de participações vistosas na Liga dos Campeões, prova em que marcou nove golos.

Pelos títulos, mas sobretudo pelo tipo de futebol praticado, a empatia entre Lucho e os adeptos portistas rapidamente ganhou raízes. A alcunha de El Comandante nasceu quando o médio argentino marcou um golo e fez o gesto típico de um militar. Os companheiros gozaram-no e, apesar de Lucho não concordar muito com a ideia, foi-se habituando ao nome, até porque na rua e no balneário era assim que o tratavam. Dentro do campo Lucho foi sempre um líder. Com a camisola oito, o médio foi tão essencial para Co Adriaanse na primeira época, como fundamental para Jesualdo Ferreira nas três temporadas seguintes. O futebol de régua e esquadro era uma especialidade do internacional argentino, importante também nas transições ofensivas. A prova da sua influência no futebol da equipa está nos resultados alcançados durante a última época. Sem Lucho, Jesualdo andou uma boa parte da temporada a tentar encontrar a fórmula de sucesso e só com a chegada de Rúben Micael a equipa estabilizou.

Apesar da nacionalidade, Lucho foi um dos capitães de equipa, ou seja, mais uma prova do elevado estatuto que alcançou no FC Porto.


Números

155

Jogos realizados pelo médio argentino com a camisola do FC Porto no total de todas as competições. Se no campeonato português somou 111 partidas, na Liga dos Campeões participou em 30 jogos.


44

Golos festejados por Lucho no FC Porto. O número é elevado e impressiona por se tratar de um médio. Na primeira, segunda e quarta época marcou 12 golos em cada, enquanto na terceira temporada apontou oito golos.


19

Há um ano, Lucho foi para o Marselha a troco de 18 milhões de euros, valor que pode subir até aos 24 milhões, dependendo da performance desportiva. Ora, o Marselha foi campeão e já vai pagar mais um milhão.”

EM
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Grande jogador, não me lembro de ouvir, no Dragão, assobios dirigidos a este fantástico médio, que desde logo cativou os adeptos portistas. Que saudades que eu tenho de Lucho, aliais, creio que todos os adeptos portistas também tem.
Creio que todos nós, portistas, aplaudiríamos o regresso de El Comandante.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Entrevista: Pedro Emanuel

“"Agora vão ter de me chamar mister..."

PEDRO MARQUES COSTA

No primeiro ano como treinador, Pedro Emanuel está muito perto de conquistar o título nacional de sub-17, faltando uma vitória no jogo de amanhã com o Sporting, a realizar no Olival (11h00). Depois desta experiência "fantástica" na formação, o novo "mister" prepara-se para abraçar outra não menos entusiasmante na equipa principal. Nesta entrevista, Pedro Emanuel mostrou mais do mesmo: ponderação, inteligência e humor no rescaldo do primeiro ano como treinador e antecipando já o futuro como adjunto de Villas-Boas.

Depois da experiência nos sub-17, segue-se a equipa principal: como encara o facto de ser assistente de um treinador ainda mais jovem do que você?

O presidente, na apresentação do novo treinador, disse tudo aquilo que penso sobre o assunto: mais importante do que a idade é a qualidade. Estou entusiasmado, porque reconheço um grande potencial ao futuro treinador do FC Porto. Da minha parte, prometo o mesmo de sempre; estarei envolvido naquelas que forem as necessidades da equipa, da mesma forma que o fiz enquanto jogador, ou agora, nas funções que desempenho actualmente. O que me move é a paixão pelo jogo e por aquilo que posso aprender diariamente. Tenho a certeza de que posso contribuir para o sucesso da equipa, mas também tenho a certeza de que vou aprender bastante na próxima etapa da minha vida.

Que recordações guarda de André Villas-Boas quando ainda era jogador e ele auxiliava de José Mourinho?

No FC Porto há sempre uma pessoa ligada à parte da observação e esse era o seu papel naquela altura. A nossa relação esteve muitas vezes focada naquilo que eram as necessidades para um jogo ou para um determinado adversário. Falávamos muitas vezes na preparação dos jogos e ele ajudava-nos a esclarecer determinadas situações. Tínhamos uma relação boa e, apesar da sua juventude, sempre demonstrou ser um grande profissional. É uma pessoa tranquila e discreta, duas qualidades que aprecio.

E como vai ser reencontrar antigos companheiros agora no papel de treinador?

Vai ser engraçado. Trabalhámos vários anos como colegas, mas, agora, eles vão ter que me chamar de 'mister' [risos]. Dou-lhe um exemplo semelhante: quando comecei a jogar futebol, o Alfredo era meu companheiro no Boavista; uns anos mais tarde, ele integrou a equipa técnica. Éramos, e continuámos a ser, grandes amigos, mas quando chegávamos ao clube sabíamos que cada um tinha as suas funções. Respeitei-o sempre. Vai ser igual, porque as coisas não se confundem. Quando estivermos cá fora, continuaremos a ser amigos e a brincar da mesma forma, mas lá dentro, a trabalhar, o nível de exigência será outro, assim como as minhas responsabilidades. Estou certo de que eles vão perceber isso facilmente. Caso contrário, estarei disponível para os esclarecer sobre o assunto.

Pegando um pouco nesta experiência nos sub-17, que tipo de treinador é o Pedro Emanuel?

Não mudei, sou igual ao que era enquanto jogador. Sou uma pessoa tranquila e que gosta de ter um bom relacionamento com o grupo de trabalho, factor que para mim é fundamental. Aqui, nos sub-17, os jogadores sabem que podem falar comigo sobre tudo. Tento passar-lhe os ensinamentos que tive durente anos e explicar-lhes a melhor forma de trabalharem os aspectos menos positivos. Para além disso, gosto de ver bom futebol, gosto que os jogadores retirem prazer do jogo, gosto que a minha equipa tenha a bola... E nestas idades, é importante introduzir o divertimento dentro da responsabilidade.

O que o motiva na carreira de treinador?

A paixão pelo futebol, sem dúvida, mas também o facto de querer aprender tudo aquilo que o futebol ainda me pode ensinar. Para além disso, tenho uma grande paixão por esta relação humana que existe, não só a nível individual, mas também a dinâmica de um grupo de trabalho, porque sou uma pessoa extremamente sociável. Sou muito exigente naquilo que faço, mas também tenho uma grande paixão pela minha profissão.

Quais são os seus planos e sonhos a médio/longo prazo?

Todos traçamos os nossos objectivos e eu também tenho os meus, mas nunca fui pessoa de subir dois degraus de cada vez. Quero preparar-me bem para o futuro, evoluir de uma forma sustentada e pensada, porque gosto de dominar muito bem aquilo que faço.


"Temos de vencer em casa e esperamos muita gente"

Vai jogar para o título no primeiro ano como treinador. Qual é a sensação?

Comecei um novo ciclo na minha vida da forma como queria: pela formação de um clube que conheço bem. Todos os treinadores ficam a ganhar se passarem pela formação. Vim encontrar um grupo fantástico, muito solidário, dedicado e à imagem do FC Porto: querem vencer e melhorar todos os dias. É óptimo chegar à última jornada e estamos numa posição em que, se vencermos o jogo com o Sporting, somos campeões.

Que expectativas tem para o jogo com o Sporting?

Jogamos em casa e temos de vencer. Espero que este jogo entusiasme os adeptos e que esteja muita gente no Olival, porque os jogadores gostam de ver o seu trabalho reconhecido.

Há ensinamentos que retira desta experiência...

Aprendi muito. Ainda ontem, na conversa que temos diariamente, disse isso aos jogadores. Estou aqui para os ajudar, mas também para receber o muito que eles me podem ensinar. Trabalhar com jovens de 16/17 anos tem sido fantástico e eles percebem que estão aqui para evoluir em todos os aspectos, não só técnicos, tácticos ou físicos, mas essencialmente como homens. Para nós, é muito importante que eles também tenham sucesso na escola. Se forem jogadores profissionais é óptimo, mas se não conseguirem, podemos orgulhar-nos de lhes termos dado todas as condições para eles se prepararem para as exigências da vida.

É mais fácil comandar um grupo de miúdos ou de seniores?

É completamente distinto. Temos de ter cuidado com a forma como falamos com os mais novos, porque estão moldar as suas personalidades. Quando lidamos com homens feitos, exige-se outro tipo de discurso.

Está preparado para ter apenas cinco dias de férias?

Estou tão envolvido nisto que ainda nem me dei ao trabalho de pensar nisso. Mas quem corre por gosto não cansa... Faço isto com tanto gosto que, para mim, estar com esta equipa é como estar de férias.

"Jogadores são sempre um pouco egocêntricos"

Foi jogador, agora é treinador. A perspectiva mudou muito?

É oposta. Enquanto jogadores, somos sempre um pouco egocêntricos. É normal, porque os jogadores querem jogar, pensam que são melhores. A perspectiva do treinador é mais abrangente e gerir um grupo com 24/25 jogadores nunca é fácil.

Há alguma situação em que tenha ficado chateado com uma opção de um treinador e que agora perceba melhor?

Tive muitas... Aliás, quando não jogava ficava sempre chateado com o treinador [risos]. Actualmente, quando digo os que vão jogar, aqueles que não são escolhidos olham sempre com cara de chateados como quem diz 'este tipo não percebe nada disto'. Ficava aquela azia momentânea, mas que passava rápido. No meu caso funcionava como uma motivação-extra. E este é um dos problemas de muitos jogadores: quando não jogam, começam a desleixar-se e a trabalhar mal, e quando surge uma oportunidade não estão devidamente preparados, acabando por dar razão ao treinador. Quem não joga tem de trabalhar ainda mais, para obrigar os que jogam a continuar bem, sob risco de perderem o lugar. Esta tem de ser a dinâmica de um grupo, ainda mais no FC Porto, que tem muitos jogos por época.”


EM
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quarta-feira, 23 de junho de 2010

Entrevista: Souza

Palavras do novo reforço portista.

“"Tenho qualidade técnica para sair a jogar"

CARLOS GOUVEIA

Souza não assinou pelo FC Porto para roubar o lugar a ninguém. Apontado como concorrente directo de Fernando, o ex-jogador do Vasco da Gama até já telefonou ao trinco portista e ficou com as melhores impressões e garante que há espaço para os dois no onze de Villas-Boas. Isto porque define-se como um "volante" que não se limita a defender. Gosta de participar nas acções ofensivas e até de finalizar. Em entrevista a O JOGO prometeu dar o seu máximo para ajudar a devolver o título nacional ao FC Porto.

Para quem não o conhece, como se define como jogador?

Como volante sei marcar, mas o que marca a diferença para os trincos normais é que sei sair a jogar, tenho qualidade técnica para o fazer. Creio que foi isso que me trouxe até aqui. Para mim, tanto faz jogar como 6 ou 8 porque, graças a Deus, sei fazer bem as duas posições. Posso jogar em qualquer lado do meio-campo e sou um jogador que também gosta de surgir em zonas de finalização.

Portanto, é um trinco como o novo treinador gosta?

Creio que sim. Vou tentar corresponder às suas expectativas.

Já falou com Villas-Boas?

Por acaso já nos cruzámos. Deu-me as boas-vindas, perguntou sobre a minha família e informou-me da responsabilidade que é ser jogador do FC Porto, da cobrança que existe aqui, mas também que iria fazer com que me preocupasse apenas em jogar futebol.

Estava à espera de ver um treinador tão jovem?

É jovem, mas quanto mais jovem mais ambicioso. Vai querer ganhar alguma coisa como eu. Estamos no mesmo barco.

Conhece o Fernando, o habitual trinco do FC Porto?

Por acaso, também falei com ele por telefone antes de vir para Portugal, mas não o conheço pessoalmente. Deu para ver que é uma boa pessoa e sei que fez uma excelente temporada no FC Porto.

Vai uma boa luta entre os dois?

Não sei, se calhar não, até pode haver lugar para os dois no mesmo onze. O treinador é que terá de decidir isso. O mais importante é que o Fernando está bem aqui e eu vou tentar fazer a minha parte para conquistar o meu espaço.

Teve uma lesão grave há dois anos, o problema está totalmente ultrapassado?

Foi em 2008 que fracturei o pé esquerdo e fiquei cinco meses parado. Desde então tenho-me sentido bem e, graças a Deus, não tive mais nenhuma lesão. É como se nunca tivesse estado parado.

"A Bíblia é o meu escudo de fé"

Souza é brasileiro e isso é, praticamente, sinónimo de pessoa ligada a Deus, que leva a religião a sério. O médio que o FC Porto contratou ao Vasco da Gama não é excepção. Lê a Bíblia com frequência e procura ter uma vida regrada, sem excessos, mas também sem deixar de se divertir como qualquer jovem de 21 anos. "Sigo a Bíblia, é o meu escudo de fé, mas nem sigo muito a religião ao contrário do que dizem. É verdade que vou à igreja, e que vivo conforme o que está escrito na Bíblia. Claro que gosto de me divertir como toda a gente, mas há inúmeras formas de o fazer, sem passar dos limites", referiu.


"Fazer a minha história e não passar em branco aqui"

Carlos Alberto, Helton e Fernando (antigo guarda-redes do Leiria) foram conselheiros de Souza quando soube do interesse do FC Porto. Convencê-lo foi fácil e a ambição do jovem médio não tem limites. Já ficava satisfeito se conseguisse os mesmos títulos do que o Feijão, mas se pudesse atingir os números de Vítor Baía seria perfeito. Garante estar preparado para a cobrança dos adeptos e do treinador.

O interesse do FC Porto surpreendeu-o?

Não, o meu empresário vinha-me informando de tudo há algum tempo, nomeadamente do interesse do FC Porto. Estava muito contente e muito mais agora por ter concretizado o acordo.

E foi fácil chegar a esse acordo?

Isso foi conduzido pelo meu empresário e não sei responder. Da minha parte, foi tudo muito simples e rápido.

O que é que conhecia do FC Porto?

Basicamente conheço de acompanhar pela televisão. Sei perfeitamente quais os títulos e glórias que o clube tem conquistado. O Carlos Alberto que jogou cá e que estava comigo no Vasco da Gama deu-me referências muito boas, disse que é um grande clube que luta sempre pelos títulos nacionais e internacionais. Quero espelhar-me nele, quero passar por aqui como ele, com títulos da Liga dos Campeões e do campeonato português. Até brincámos na SAD que seria lindo acompanhar os títulos do Vítor Baia acumulando muitos títulos.

Aconselhou-se com mais alguém sobre o FC Porto?

Falei com o Fernando [ex-guarda-redes do Leiria que actua no Vasco da Gama] e com o Helton. Todos me deram boas referências. Nem há muito o que dizer, quero é responder à altura para agradecer a confiança que depositaram em mim.

É um salto grande na sua carreira. Está preparado para o desafio?

Um jogador tem que estar sempre preparado. Eu estou e tenho a certeza de que vou responder à altura. Estou num grande e estou consciente da responsabilidade que recai sobre mim, mas estou disposto a cumprir com tudo. Já tinha responsabilidades altas no Vasco da Gama. É verdade que ultimamente não tem lutado por títulos porque está a passar por algumas situações políticas que não interessa estar a referir, mas a cobrança não é diferente. Aqui também é grande. Fico feliz por sair de um grande clube sul-americano e vir para outro grande clube da Europa.

Quais são as suas ambições nesta aventura europeia?

Ganhar e ajudar a conquistar títulos. Fazer a minha história aqui e não passar em branco. Se puder conquistar o mesmo número de títulos que o Carlos Alberto conseguiu para mim já estava óptimo. De preferência em tão pouco tempo como ele.

O que pode prometer aos adeptos do FC Porto?

Que vão ver um Souza que luta, que trabalha e que rende. Vou dar o máximo para retribuir dentro do campo com vitórias todo o carinho que tenho recebido.


"Vamos voltar para o lugar de onde nunca devíamos ter saído"

Esta é a sua primeira experiência na Europa, acha que terá alguma dificuldade na adaptação?

Crio que vai ser fácil. Surgiram outras possibilidades e um dos motivos de ter vindo para o FC Porto prende-se com o facto de o clube disputar sempre títulos, por ser um grande clube e por Portugal falar a minha língua pelo que as questão de adaptação vai ser bem mais rápido do que em qualquer outro lugar.

O que é que conhece do campeonato português?

Não conheço muito. Sei que vejo nas manchetes que o FC Porto é sempre campeão. A temporada passada foi difícil, houve muito azar com as lesões e tudo mais, mas creio que esta época vai dar tudo certo e vamos voltar para o lugar de onde nunca devíamos ter saído, que é o primeiro, o da conquista de títulos. Eu vou ajudar com o meu trabalho.

Empate "português" num Mundial estranho

Souza tem acompanhado com atenção o Mundial, embora tenha perdido alguns jogos por causa da viagem para o Porto. Ainda assim, teve tempo para contar os sete golos marcados por Portugal à Coreia do Norte. Um resultado que, como brasileiro, não o assusta. "São duas selecções de grande qualidade e nada mais justo do que um empate na terceira jornada para que as duas sigam em frente sem qualquer problema", desejou, admitindo que seria um "sonho" ver uma final entre Portugal e Brasil. O médio considerou, ainda, que esta tem sido uma prova fora do normal. "Está a ser estranho, as equipas europeias estão a render abaixo do que esperava. Mas quando começar o mata-mata vão aparecer melhor e nessa altura quem errar menos vence", atirou sem avançar com um favorito ao título.

Cidade bonita, estádio de primeiro mundo

Souza passou três dias no Porto e já voltou ao Brasil. Do pouco que viu da Invicta ficou a sensação de que vai gostar de viver lá. "Conheci alguma coisa
e parece-me uma cidade muito bonita, turística. Ainda não deu para ver muito bem, vai ter de ficar para quando vier de vez." O que Souza viu ao pormenor foi o Estádio do Dragão e ficou impressionado. "É um estádio de primeiro mundo, totalmente diferente da realidade no Brasil. É dos melhores do mundo e lá me imaginei a marcar lá. Imaginei tudo e mais alguma coisa", admitiu.

Encontro marcado com um carrasco

A 16 de Outubro de 2009, Souza foi titular na final do Mundial de sub-20, disputado no Egipto, tendo perdido com o Gana, no desempate por grandes penalidades. Nos africanos pontificava David Addy, o lateral-esquerdo que o FC Porto contratou em Janeiro. Souza não sabia que ia reencontrar o ganês. "Não estou a ver quem é. Só vendo, mas é bom saber que os meninos estão a crescer e tendo-o como companheiro, melhor ainda", referiu, apontando outro exemplo. "Estive com atenção ao jogo entre o Gana e a Austrália para ver o número 13 (Andre Ayew, filho de Abedi Pele) porque lembro-me que era o 10 no Mundial que disputei."”

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Entradas E Saídas

Até agora o mercado de transferências tem andado pouco mexido para o lado das Antas. Só houve uma entrada e uma saída, pelo menos oficialmente.

Nuno, o guarda-redes, rescindiu, amigavelmente, com o FC Porto.
Nuno, obrigado pelos títulos que de alguma forma ajudou a conquistar, obrigado pela dedicação. E boa sorte para o futuro.

Quanto a entradas, Souza, médio Brasileiro foi o único até agora a entrar.
Bem-vindo e boa sorte, Souza!

Entrevista: Pinto da Costa

A entrevista já saío a algum tempo, mas só agora pude publicá-la no BLOG

“"Previsões? Só conheço as do zandinga..."

PEDRO MARQUES COSTA

Jorge Jesus disse, numa entrevista de rescaldo de campeonato ao programa Trio de Ataque, da RTPN, que dificilmente o Benfica deixaria de revalidar o título na próxima época.

Ontem, confrontado com essa convicção do treinador benfiquista, Pinto da Costa, que nunca escondeu a boa relação com Jorge Jesus, sublinhou não ter ouvido da boca do próprio essa certeza, mas, ainda assim, com ironia e humor, não deixou passar a oportunidade para dar resposta. "Costumava ouvir essas previsões muitas vezes: era o Zandinga que as fazia. Não ouvi o Jorge Jesus dizer isso e, mesmo que tenha dito, prefiro não comentar. Mas, a dar prognósticos assim, com certezas e convicções, só me lembro do Zandinga", rematou. Ainda em tempo de defeso, a rivalidade não esmorece e, curiosamente, o Benfica até é o primeiro adversário oficial da nova temporada, porque os dois clubes vão disputar a Supertaça Cândido de Oliveira, no dia 7 de Agosto.

Para contrariar a confiança inabalável de Jorge Jesus, André Villas-Boas já assumiu o comando das operações Dragão. Pinto da Costa já o conhecia bem e também já explicou os motivos da escolha que fez para substituir Jesualdo Ferreira. Ontem, o presidente portista sublinhou a O JOGO as primeiras impressões sobre o trabalho que o novo treinador tem desenvolvido no clube. "Está a correr tudo bem. Ele teve uma semana de férias depois da apresentação, o que é normal, e tem trabalhado, de manhã até ao fim do dia, no FC Porto. Tem estado no Dragão, mas também no centro de treinos. Aliás, toda a equipa técnica já trabalha na próxima época."

Os dossiês têm sido analisados detalhadamente: contratações, cedências, movimentos de mercado. Tudo avaliado à lupa, com planos de resposta a antecipar diversas circunstâncias. Os assuntos são muitos, assim como as decisões a tomar. Pinto da Costa explica-as todas e para saber em que pé estão, o leitor só tem de... virar a página.


Pinto da Costa esclarece tudo

PEDRO MARQUES COSTA

Pinto da Costa abordou ontem, para O JOGO, as mais recentes questões do mercado de transferências relacionadas com o FC Porto. Não faltou ninguém. Falou-se de Kléber, Tardelli, Petrovic e até de Evaldo, que ontem assinou pelo Sporting, mas também das possíveis saídas de Bruno Alves, Raul Meireles e Farías. Mas não foi tudo: Pinto da Costa confirmou ainda a presença dos jovens Castro, Ukra, Sérgio Oliveira e André Pinto no estágio de pré-época - tal como O JOGO noticiou atempadamente - e juntou-lhes ainda o nome do guarda-redes Ventura (esteve emprestado ao Olhanense e aproveita agora a vaga do mundialista Beto), que, deste modo, também fará o arranque de temporada sob o comando de André Villas-Boas.

No que diz respeito a entradas no plantel da próxima época, aos desmentidos categóricos sobre o interesse em Tardelli ou Petrovic seguiu-se um "nunca digo nunca" quando o assunto passou a ser Kléber, avançado que ontem regressou ao trabalho no Marítimo. Mas também aqui deixou um aviso: nas actuais condições exigidas pelos clubes que têm contrato com o brasileiro (Atlético Mineiro e Marítimo), o negócio não se fará. Quanto a eventuais saídas, apenas se limitou a mostrar disponibilidade para ouvir propostas que até ao momento continuam sem chegar aos gabinetes do Dragão.

Tardelli
"Não tem a mínima hipótese de ser contratado"

"O empresário do Tardelli disse que o FC Porto está na luta com o Benfica... Nesta altura, o FC Porto só está na luta com o Benfica pelo jogo de domingo dos sub-17. O Tardelli não tem a mínima hipótese de vir para o FC Porto. Aliás, estive há pouco tempo no Brasil e vi notícias a dizer que tínhamos emissários a negociar jogadores em clubes brasileiros. Até tive o cuidado de ligar a uma pessoa de um desses clubes a dizer que estava no Brasil, mas que não era eu o emissário do FC Porto..."

Hélder Barbosa
"Temos acordo com o Nacional"

"Já ouvi dizer que vai para o Braga, o Nacional, a Académica, o Marítimo e o Setúbal. A única coisa que é verdade nesta história é que o presidente do Nacional tem um acordo comigo para que o Hélder Barbosa seja cedido. Só falta o acordo entre o jogador e o clube. Tudo o resto não tem qualquer fundamento."

Bruno Alves e Raul Meireles
"Só estamos obrigados a vender pelas cláusulas"

"Sobre as saídas desses jogadores, tem de perguntar ao jornal 'A Bola', porque eles é que os têm vendido várias vezes. Portanto, eles é que estão a negociar em nome do FC Porto. Se só saem pelo valor das cláusulas? Não tenho ideia nenhuma... O que digo é que o FC Porto será obrigado a vender os jogadores que têm uma cláusula de rescisão. Apesar disso, estou receptivo a ouvir propostas por qualquer jogador do plantel para depois as analisar."

Rumores sobre Evaldo e Petrovic
"Sem o mínimo fundamento"

"Essas notícias admiram-me... Nunca estivemos interessados no Evaldo e, quando vi isso nos jornais, tive a oportunidade de telefonar ao presidente do Sporting a dizer que as notícias eram falsas e que era do meu conhecimento que o Sporting estava interessado no jogador. Soube-o pelo presidente do Braga, porque o FC Porto tinha preferência sobre o jogador, mas não estava interessado em exercê-la. O Petrovic não tem a mínimo fundamento, mas se calhar dá jeito aos empresários fazer este jogo: se é para o FC Porto, dizer que o Sporting e o Benfica estão interessados; se é para o Sporting, dizer que os concorrentes são o FC Porto e o Benfica; e por aí fora. Agora posso dizer-lhe que, no mesmo dia em que o presidente do Braga se reuniu, à tarde, com o presidente do Sporting, eu tomei o pequeno-almoço com o presidente do Braga, que me informou das negociações que iria ter com o Sporting. Eu disse-lhe para estar à vontade, porque não queria interferir no assunto. Agora, pelo Petrovic nem me dei ao trabalho de lhe telefonar, porque não faz nenhum sentido."

Apostas de futuro
"Ventura vai ao estágio"

"O que está previsto para já é que o Castro e o Ukra vão fazer a pré-época e, em princípio, vão ficar no plantel. O Sérgio Oliveira também vai realizar a pré-temporada, apesar de ainda ser júnior no próximo ano, e tem todas as possibilidades, se quiser, de singrar no FC Porto. Tem muito potencial. Também há os casos do Ventura e do André Pinto, que também seguem para estágio, de forma a serem avaliados pelo treinador, e depois com tempo, escolhermos os melhores clubes para os colocar. Há muitos jovens a fazer o seu percurso para um dia voltarem ao FC Porto. Aliás, grandes jogadores que estão hoje na Selecção Nacional e em clubes de topo, como por exemplo o Bruno Alves e o Ricardo Carvalho, saíram da formação e foram rodar noutros clubes antes de regressarem. Aqui, a excepção são os jogadores que saem directamente dos juniores para a equipa principal. Tenho a convicção de que muitos jogadores que estão emprestados vão fazer parte do plantel principal mais cedo ou mais tarde."

Kléber a caminho?
"Nunca digo nunca"

"Nunca digo 'nunca' nem 'não', porque pode aparecer sempre qualquer coisa... Já foi várias vezes noticiado o nosso interesse em jogadores nos quais nunca tínhamos pensado e que depois acabam mesmo por vir. Ou seja, quando foram noticiados não tinham nenhum fundamento. E há outros que são dados como certos - em alguns deles, pensamos mesmo, noutros não - e que nunca chegam a vir para o FC Porto. Nesse sentido, nunca posso garantir que um determinado jogador não vem. Agora estou convencido de que, na actual situação, será praticamente impossível contratarmos o Kléber."

Interesse do Estudiantes
"Estou convencido de que Farías fica"

"Se ele já tem um acordo com o Estudiantes, não devia, porque nenhum clube pode chegar a acordo com um jogador que ainda tem contrato. Para além disso, o FC Porto não deu nenhuma autorização ao Farías para negociar o que quer que fosse. Se isso for verdade, é mau, quer da parte do Farías quer da parte do Estudiantes. Apesar de esse romance ser noticiado todos os dias, a minha convicção é que ele fará parte do plantel do FC Porto na próxima época."”

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(infelizmente a entrevista não está publicada na tutalidade, pois houve um problema com o meu computador quando estava a copiar a mesma)

domingo, 13 de junho de 2010

Entrevista: Guarin

"Espero que o novo treinador confie em mim"
PEDRO MARQUES COSTA

Guarín conversou com O JOGO sentado na bancada do Estádio do Dragão, um local de sentimentos contraditórios, de onde só recentemente se habituou a ouvir palmas. O bom final de época, disse o colombiano, não foi apenas isso, até porque o médio promete continuar a jogar bem se - e há sempre um se - puder jogar com a mesma regularidade. Pelo meio, ainda elogiou o futebol praticado pela Académica de André Villas-Boas.

Como explica o seu grande final de época?

Deve-se ao trabalho diário e ao facto de ter sabido esperar pela minha oportunidade. Para mim, não foi fácil ficar um ano e meio sem jogar regularmente; estava sempre à espera de jogar três ou quatro jogos seguidos, mas por uma razão ou por outra nunca acontecia. Apesar disso, no meu íntimo, mantive a confiança
e a crença de que esse dia acabaria por chegar, e pensava sempre que teria de estar bem nessa altura. E foi isso que aconteceu. Era um objectivo pessoal
e fico contente por, finalmente, ter conseguido mostrar aquilo que posso fazer. Fiquei muito orgulhoso por cada golo que marquei. Às vezes - nem sei bem
como explicar isto... - sentia uma enorme raiva por não conseguir mostrar o meu futebol neste grande clube. Sabia que tinha condições para ser titular,
mas acabava sempre por acontecer alguma coisa que não me ajudava a continuar na equipa. Agora, no final da época, ganhei uma enorme confiança com o decorrer
dos jogos e penso que aproveitei da melhor forma as oportunidades. Mas não quero ficar por aqui; quero continuar assim na próxima época, porque posso dar
ainda mais a este clube.

Durante o período em que não era titular chegou alguma vez a pensar que nunca iria ter sucesso no FC Porto?

Sim, muitas vezes. Houve momentos em que me passavam mil e uma coisas pela cabeça, pensamentos negativos e, às vezes, positivos. Apesar disso, sempre mantive
a esperança de que um dia ia conseguir mostrar o meu talento.

A mudança táctica - utilização de quatro médios - favoreceu esse crescimento individual?

No final da época, e com esta nova táctica, o treinador deu-me muita liberdade para jogar. Isso foi fundamental, porque consegui demonstrar o meu melhor
futebol; podia atacar, estar sempre perto da área, à espera da bola para rematar, e só por isso é que marquei tantos golos. Houve alturas em que quase
jogava como avançado, porque estava muito adiantado no campo. O treinador deu-me confiança e liberdade para jogar assim e correu tudo bem, não só a mim,
como à equipa.

Quando chegou, tinha saído Paulo Assunção e foi experimentado a trinco...

Sim, é verdade, e acho que isso me prejudicou. Quando cheguei, pensava que um trinco no FC Porto tinha as mesmas funções de um trinco na Colômbia, ou seja,
que era um jogador que podia sair a jogar e acompanhar os médios de ataque. Mas, aqui, não é isso que se pede a um trinco, porque o médio-defensivo não
joga da mesma forma que na América do Sul. Isso prejudicou-me, mas também prejudicou outros jogadores, como o Bolatti ou até o Tomás Costa. Normalmente,
um médio-defensivo que jogue numa equipa sul-americana não costuma ter tantas responsabilidades defensivas como no FC Porto. Apesar disso, aprendi algumas
noções para desempenhar essa função e até posso jogar naquela posição, embora, definitivamente, não seja essa a minha posição de origem no actual esquema
do FC Porto.

Como se encontra o processo de renovação com o FC Porto?

Neste momento, tenho a garantia de que vou continuar na próxima temporada. Tenho mais dois anos de contrato com o FC Porto e, quando voltar das férias,
fiquei de conversar com o Antero sobre o assunto. Existe a possibilidade de prolongar o contrato. Logo veremos o que acontece.

O que pode prometer aos adeptos para a próxima época a nível individual?

Estou muito confiante e, com este final de época, vou regressar para a próxima com uma motivação tão grande que espero demonstrar em definitivo todo o meu
potencial. Quero fazer uma grande temporada para ajudar o FC Porto a ganhar títulos, até como forma de retribuir tudo o que o clube tem feito por mim.
Também espero conseguir retribuir, finalmente, o carinho que sempre senti dos adeptos do FC Porto, mas também dos colombianos. Só espero que o novo treinador
confie em mim e me dê oportunidades.

Académica jogava bem com André Villas-Boas"

O que retirou do trabalho realizado com Jesualdo Ferreira nos últimos dois anos?

Antes de mais, queria agradecer-lhe por tudo o que fez por mim ao longo deste tempo. Aprendi muito com ele, a nível individual, colectivo e também tacticamente.
Estou muito agradecido pelo trabalho que ele realizou comigo e também por se ter mostrado sempre disponível para me ajudar, sobretudo nos maus momentos.
Foi muito importante para o meu crescimento e para o meu bom final de época no FC Porto.

O FC Porto vai ter um novo treinador. Isso é uma vantagem ou uma desvantagem para si?

Acredito que estamos todos no mesmo patamar para o arranque da próxima época e que o novo treinador, seja ele qual for, não vai dar vantagem a ninguém na
luta por um lugar na equipa. Neste clube, todos os jogadores trabalham para ganhar a confiança dos treinadores de forma a se destacarem no onze inicial,
mas, aqui, essa vantagem ganha-se com o trabalho no dia a dia.

André Villas-Boas vai ser o próximo treinador do FC Porto. Que opinião tem sobre ele?

Joguei várias partidas contra a sua equipa, a Académica, e eles mostraram sempre um bom futebol. Mas é difícil falar mais sobre ele, porque não o conheço
pessoalmente. Neste momento, resta-nos esperar pela início de época e desejar-lhe a melhor sorte do Mundo.


Londres: um jogo para recordar depois de várias repetições

O golo marcado na final da Taça de Portugal frente ao Chaves ainda lhe está guardado na memória, mas Guarín encontra um jogo ainda melhor a nível pessoal.
"Nunca esquecerei a exibição que fiz em Londres, frente ao Chelsea, para a Liga dos Campeões. No final da partida, toda a gente me felicitou. Na altura
nem me tinha apercebido de que tinha jogado tão bem, mas com o passar dos dias, e depois de ter visto várias vezes o jogo na televisão, constatei que tinha,
de facto, realizado uma grande exibição. Apesar de termos perdido, nunca esquecerei esse jogo, porque foi num estádio fantástico, frente a um grande clube,
e para a Liga dos Campeões, que é a prova mais importante que existe".


Custa ver o Mundial pela televisão"

O que sente por ter que assistir ao Mundial de fora?

Vai ser muito difícil... Estive agora na África do Sul, para jogar um amigável, e senti um pouco daquele ambiente. Foi uma sensação inexplicável. Fiquei
ainda mais triste por não estarmos lá, porque vai ser uma competição fantástica. Não aconteceu, paciência, mas já estamos conscientes de que temos de estar
no próximo Mundial.

Vai ficar a torcer por quem?

Não sei... No início da prova, e por defeito, apoio sempre as equipas sul-americanas. Adoro ver futebol, sobretudo os Campeonatos do Mundo, mas, normalmente,
vou ganhando as minhas preferências com o decorrer da competição. Mudo quase sempre a minha equipa preferida com os jogos, porque depois quero sempre que
ganhe aquela que joga um futebol mais atractivo.


O que Falcao fez é incrível"

No FC Porto, Falcao é um ídolo, mas na Colômbia costuma ser muito criticado. Porquê?

É verdade que ele já foi muito criticado na selecção, talvez porque nunca tenha conseguido mostrar o grande jogador que é e o nível que apresentou esta
época no FC Porto. Aqui mostrou golos, assistências, um futebol fantástico a nível individual e colectivo... Como ele também jogava bem no River Plate,
as pessoas esperam sempre muito dele na Colômbia, mas houve algumas situações que não o ajudaram na selecção. Por exemplo, ele jogou várias vezes como
extremo, que, como toda a gente sabe, não é a posição dele. Mas não foi o único a ser criticado na selecção, eu também já fui. O futebol é mesmo assim.

Acha que Falcao pode fazer ainda melhor no próximo ano?

Ele já demonstrou um nível muito alto no FC Porto e vai ser difícil superar a marca de golos que conseguiu este ano. Mas não é impossível. De uma coisa
tenho a certeza: ele vai continuar a trabalhar para melhorar, porque vai querer ultrapassar a marca deste ano e bater um novo recorde de golos a nível
individual.

Qual foi para si o melhor jogador do campeonato?

Falcao. Sem dúvida. E por tudo. Por aquilo que jogou, pelos golos que marcou, mas também por ter sido a sua primeira época na Europa. É incrível o que ele
conseguiu fazer no primeiro ano. Não é fácil mostrar tanto talento mal se chega a um clube como o FC Porto.


Errámos no túnel da Luz, mas os castigos foram exagerados"

O FC Porto venceu a Supertaça e a Taça de Portugal, mas perdeu o campeonato para o Benfica. Que balanço faz da temporada?

O nosso objectivo, assumido desde o primeiro dia de trabalho, era ganhar novamente o campeonato. Tínhamos esse desejo, mas com o decorrer do tempo foram
acontecendo algumas situações que nos afastaram desse objectivo. No início da temporada, vencemos a Supertaça e, com isso, ganhámos uma grande motivação;
agora terminámos a época muito fortes, com grandes resultados, um futebol espectacular e vários jogadores em destaque. É verdade que não se atingiu o primeiro
objectivo da época, e ficámos com um sabor amargo por isso, mas conseguimos outros e terminámos a temporada em grande.

Afinal, o que falhou para o FC Porto ficar apenas no terceiro lugar do campeonato?

Esta época não vencemos por diversos motivos. Durante a temporada foram acontecendo situações menos positivas que só nos demos conta mais à frente; e estou
a falar de falhas colectivas e individuais e até alguns erros defensivos... Também tivemos muitas lesões em jogadores fundamentais para a equipa e que
apresentavam qualidades para fazer a diferença em determinados jogos. Com tudo isto, fomos perdendo pontos e ficando cada vez mais longe do nosso objectivo.

No meio disso tudo, qual é a dose de importância que atribui ao castigo de Hulk para a perda do campeonato?

Penso que também foi fundamental... O Hulk é um jogador que faz a diferença em quase todos os jogos, que tem uma qualidade incrível, e que pode dar muito
à equipa, mas também aos jogadores que jogam com ele. A suspensão dele foi injusta. Talvez os jogadores do FC Porto tenham errado na Luz, mas o que aconteceu
no túnel nunca justificaria um castigo daquela magnitude. Não estávamos à espera de uma sanção tão pesada e que foi, para nós, completamente injusta. Acho
que agora, que já passou algum tempo sobre esses acontecimentos, toda a gente acaba por nos dar razão neste assunto.

Quais são as armas que o FC Porto vai apresentar na próxima época para retirar o título ao Benfica?

Vamos vencer com a mentalidade que sempre esteve presente neste clube, com aquilo que é o FC Porto; com a qualidade do seu futebol e a garra habitual. Podemos
não ter ganho este ano, mas os jogadores não se esquecem que vencemos o campeonato nos quatro anteriores. Vamo-nos reforçar, vamos chegar motivados, animados,
e estou certo de que o próximo ano vai ser do FC Porto.

Jorge Jesus referiu recentemente que "só muito dificilmente é que o Benfica não será campeão na próxima época". Que comentário lhe merece esta declaração?

Não sei... Sinceramente, não sei o que dizer e nem me atrevo a ter uma opinião sobre uma declaração desse género, até porque não diz respeito à nossa equipa.

Vai haver mais pressão na próxima época pelo facto de o FC Porto não ter vencido o campeonato este ano?

Penso que não. Vamos ter a pressão de ganhar, porque este clube está habituado a vencer todos os anos, mas sinceramente não gosto muito de falar de pressão.
Quando estou a jogar, prefiro pensar em divertir-me ao máximo. Penso que temos de trocar essa eventual pressão por uma maior motivação. E acredito que
é isso que vai acontecer.


Quero jogar, com ou sem Raul Meireles"

Raul Meireles pode estar de saída do clube. É uma vantagem para si?

Não sei dizer, sinceramente. Quando cá cheguei, tinha saído o Paulo Assunção e foi o Fernando que acabou por assumir o lugar. No ano passado, partiu o Lucho,
um médio muito completo, e voltei a pensar que podia ocupar o lugar, mas isso não aconteceu, se calhar porque, quando tive oportunidades no início da época,
não rendi o que as pessoas esperavam de mim. Agora, no final, mesmo com o Raul na equipa, mostrei um bom rendimento. Demonstrámos que podemos jogar todos
ao mesmo tempo, eu, Fernando, Belluschi e Raul. Por isso, acho que posso jogar com regularidade quer ele esteja, quer ele vá embora. Se ele sair, não é
uma vantagem para mim, porque quero jogar com ele ou sem ele.

Bruno Alves também estará de saída do FC Porto. O que perde a equipa sem ele?

No ano passado também saíram grandes jogadores e o clube continuou a ser grande... Se sair, é lógico que vamos sentir a sua falta, porque o Bruno é um líder
dentro do campo. Não é fácil substituir um jogador assim, ele é o capitão da nossa equipa, que sempre nos aconselhou bem e sempre nos fez ver o que representava
jogar num clube como o FC Porto. Mas também há jogadores no plantel com muita qualidade e que estão à espera para começar a jogar, como é o caso do Maicon.


Vai ser difícil ficar de fora da Champions"

Vai ser difícil ficar de fora de uma prova como a Liga dos Campeões?

Claro que sim. Sentimos sempre falta quando perdemos uma determinada coisa a que já nos habituámos. A Champions é uma grande competição, mas teremos de
superar esta ausência, até porque vamos estar na Liga Europa. E posso assegurar que a motivação será exactamente a mesma. São duas competições importantes
e que encaramos com a mesma responsabilidade.

Tendo em conta a experiência internacional da equipa, incluiu o FC Porto nos favoritos à conquista da Liga Europa?

Neste tipo de competições nunca há favoritos. Pelo menos para mim. Temos o exemplo deste ano, em que o Atlético de Madrid, que eliminámos na Liga dos Campeões,
acabou por vencer a Liga Europa, apesar de haver equipas com maiores argumentos, pelo menos na teoria. Acredito que o favoritismo se vai ganhando com o
decorrer da competição."


www.ojogo.pt/26-163/artigo869630.asp

domingo, 6 de junho de 2010

Ruben Micael Em Contacto Com Portistas

“Ruben Micael foi o convidado da Casa do FC Porto. É uma das esperanças do futebol português e uma das caras da Madeira que vai estar ausente do Mundial 2010 na África do Sul. (…) Já sem qualquer aparente limitação física, o futebolista foi ontem o centro de todas as atenções na Casa do FC Porto da Madeira, em Santa Maria Maior, onde compareceu para uma sessão de autógrafos, fotografias e convívio com os adeptos. …”

EM

www.dnoticias.pt

“"Quando és bom, és bom em qualquer idade"
DAVID SPRANGER

Aí está a primeira reacção de um elemento do plantel à contratação de André Villas-Boas. Rúben Micael aprovou, ontem, a chegada do novo técnico e fez questão de desvalorizar o tema da juventude porque, na sua opinião, a qualidade não tem prazo, nem para baixo nem para cima. O médio destacou ainda a qualidade do trabalho do antecessor, Jesualdo Ferreira, mas entendeu que a administração da SAD tenha decidido trocar de técnico porque o objectivo principal, o título nacional, não foi alcançado. "Uma mudança é sempre complicada e significa que alguma coisa menos boa aconteceu ou que não correu tão bem. Vamos começar uma nova etapa, um novo projecto e espero que o novo treinador, o André Villas-Boas, tenha toda a sorte do mundo", referiu, procurando explicar o que correu menos bem no FC Porto na temporada transacta, ao mesmo tempo que elogiou o trabalho do professor nos quatro épocas em que se sentou no banco dos portistas. "Naquela casa, quando não se ganha é necessário fazer alguma coisa. Infelizmente saiu ele. O professor Jesualdo, ao longo de quatro anos, mostrou o bom treinador que é. Ganhou imensas coisas, mas esta época não ganhámos e quando ali não se ganha, as coisas têm que mudar. Infelizmente saiu o treinador...", lamentou.

Consumada a saída de Jesualdo, o FC Porto apresentou, na sexta-feira, o novo técnico. André Villas-Boas é o eleito para tentar "roubar" o título ao Benfica e Rúben Micael não escondeu a satisfação pela escolha de Pinto da Costa. "Quando és bom, és em qualquer idade e a juventude não tem nada que ver com isso. Podes ser bom aos 10 ou aos 80 anos. Acho que André Villas-Boas tem muito potencial e oxalá que consiga ter sucesso no FC Porto. Pessoalmente, recebi a notícia com muito agrado", sublinhou.

Rúben Micael interrompeu por alguns momentos as férias de Verão e o trabalho de recuperação da lesão - que garantiu estar a correr bem - para dar uma sessão de autógrafos na Casa do FC Porto da Madeira, onde o aguardavam mais de uma centena de adeptos portistas, sobretudo jovens. De sorriso no rosto, o madeirense não negou qualquer autógrafo ou pedido de fotografia, tendo recebido um cachecol da Casa dos dragões e assinado o livro de parede, um painel gigante que reúne rubricas de jogadores e dirigentes portistas. E ainda formulou um desejo: "Espero que daqui a um ano esteja aqui outra vez, mas com o troféu de campeão nacional. É bom conviver com os adeptos e acho que devia haver mais iniciativas como esta", frisou.


Apto para o trabalho no início da temporada

Na parte final da época, Rúben Micael partiu um dedo do pé direito durante um treino no Olival e a lesão tirou-lhe a mais do que provável presença no Jamor, na final da Taça de Portugal, naquele que foi o título mais importante conquistado pela equipa na última temporada. Submetido a uma intervenção cirúrgica, o médio continua em recuperação, apesar do gozo de férias, mas tem a garantia de que vai começar a época nas melhores condições. Ontem também abordou o assunto. "Está tudo a correr bem, até melhor do que o previsto. Tudo indica que no início da próxima temporada esteja pronto para trabalhar com os meus companheiros", explicou. O arranque dos trabalhos está marcado para o dia 2 de Julho, no Olival, ou seja, Rúben Micael tem menos de um mês para recuperar totalmente da fractura.


"Brasil e Espanha são os favoritos"

Gorada a possibilidade de ir à África do Sul, Rúben Micael acredita que a Selecção Nacional pode brilhar. "Portugal tem todas as condições para fazer um campeonato do mundo muito bom, mas é crucial que os portugueses metam na cabeça que o mais importante é passar a fase de grupos". Ora, o primeiro jogo é com a Costa do Marfim, provavelmente sem Drogba. "É claro que a ausência dele ajuda-nos. Se não for o melhor, está entre os melhores pontas-de-lança do mundo. O jogo mais importante é o primeiro. Se Portugal tiver um resultado negativo, muito dificilmente passará à próxima fase. Se vencer, então fica com todas as possibilidades de chegar aos oitavos-de-final". O médio portista aponta dois favoritos à vitória no Mundial: "O Brasil é, naturalmente, o adversário mais perigoso. Portugal tem que apontar todas as suas energias pensando que, seguramente, o Brasil vai seguir em frente. Espanha e Brasil são os grandes candidatos ao título".”

EM
www.ojogo.pt

Declarações dos Adjuntos

“Voz aos treinadores assistentes

Uma vez apresentado o treinador André Villas-Boas, o www.fcporto.pt dá agora a palavra aos assistentes que compõem a equipa técnica. Vítor Pereira, Pedro Emanuel, José Mário Rocha e Wil Coort falam sobre o novo desafio azul e branco.

Vítor Pereira: «Regresso ao clube do coração»

«É o regresso à casa onde me formei como treinador e ao meu clube do coração. Todos aqueles que têm a possibilidade de por cá passar pensam um dia regressar. Deram-me a oportunidade de o fazer e eu quero aproveitá-la, retribuindo com qualidade de trabalho e com títulos. É, obviamente, um momento feliz para mim, mas só o ficarei realmente quando somar vitórias e campeonatos. Só vou sentir-me plenamente feliz quando contribuir para a conquista de títulos. E tenciono fazê-lo num contexto que me agrada, com pessoas que falam a mesma linguagem que eu e num clube que reúne todas as condições para se poder desenvolver um trabalho sério e competente. É também uma oportunidade de valorização, de crescer como treinador.»

Pedro Emanuel: «Equipa técnica motivada»

«O meu pensamento, neste momento, é contribuir da melhor forma, pelo conhecimento que tenho do clube e do plantel, para que esta equipa técnica faça um trabalho consistente e válido, dentro do que é esperado. Em primeiro lugar, é importante construir um grupo forte. Esta equipa técnica está extremamente motivada e identificada com o líder: ao pensarmos todos da mesma forma, é mais fácil trabalhar e fazer passar a mensagem. Este é um clube grande, que pensa sempre em vitórias, por isso vamos encarar cada competição sempre com os objectivos mais altos.»

José Mário Rocha: «É um marco histórico»

«Posso orgulhar-me, porque estou a completar um percurso que começou nos Sub14 do FC Porto, tendo, a partir daí, trabalhado em todos os escalões até atingir a equipa profissional. Julgo que se pode falar num marco histórico a propósito da oportunidade que o FC Porto proporcionou ao André. Villas-Boas e, por arrasto, a mim, depois do trabalho que desenvolvemos na Académica. E o prazer é redobrado, pelo facto de tudo isto acontecer no clube que eu amo.»

Wil Coort: «Novo desafio»

«Estou muito contente por continuar no FC Porto, gosto muito de trabalhar aqui. Este é um grande clube, organizado e com todas as condições para trabalhar. Penso que, com esta equipa técnica, temos em mãos um novo desafio. É muito importante continuar no clube para concretizar o meu objectivo: fazer uma boa formação dos guarda-redes e prepará-los para a primeira equipa.»”

EM
www.fcporto.pt

sábado, 5 de junho de 2010

Apresentação de Vilas Boas

Gosto do discurso…

“"O compromisso é com a vitória"
CARLOS GOUVEIA / TOMAZ ANDRADE

Sorridente e afável, Villas-Boas enveredou por um discurso com frases fortes. E ganhar é a única coisa que lhe interessa.

Que objectivos tem nesta primeira temporada? Promete o título?

Prometer faz-me relembrar 2002 quando um predestinado prometeu pela primeira vez. Agora promete-se à primeira conferência e há muitas que ficam por cumprir. O nosso compromisso é com a vitória, este clube vence desde 1893 e quero continuar a vencer. Quero deixar a minha marca e fazer parte da história deste clube. Promessas cheira a mais do mesmo, é repitação.

O que é que representa para si chegar ao FC Porto com apenas 32 anos?

Isso tem tido um impacto exagerado. Referem-se muito à juventude, mas o mais importante e o que pesou foi escolher competências e um perfil. O presidente teve isso em conta. Isso é mais importante do que debater situações que podem sondar negativas.

Assinou por duas épocas, é um contrato à experiência?

De todo. É um contrato ajustado à realidade. De que adianta ter contratos de cinco ou seis anos para depois não se mostrar competências ou vitórias. Os ciclos são mais curtos e, por isso, essa não é uma questão justa. Ganha-se, continua-se. É um contrato que me dá as máxiams garantias.

Chegar ao FC Porto é o concretizar de um sonho?

A escolha não foi para satisfazer o capricho do rapaz, mas de um início novo, de um novo líder. Sei o que querem de mim e quero atingir esse sucesso, que é inerente à cultura do FC Porto. Chegar a um grande significa muito para um treinador. Muitos passam anos sem ter uma oportunidade. Eu chego agora porque se acreditou num corpo comum de ideias.

Esta aposta é mais um risco ou apenas um projecto aliciante?

Todas as exigências de um clube grande são obter sucesso sempre, ganhando tudo o que há para ganhar. Sinto-me bem com isso e tenho todos os meios à disposição, estrutural e funcionalmente, para vencer. Vou procurar passar as minhas ideias, a minha filosofia. E por isso também acho que venceu uma nova ideia, uma nova mensagem e um novo estilo de jogo, se calhar. Agora é preciso aliar tudo isso para se continuar a ganhar títulos.


"Mourinho? Sou mais clone de Robson"

Villas-Boas procurou afastar o estigma Mourinho, com quem não falou nos últimos tempos, no dia em que foi apresentado como treinador portista. Primeiro, recusou-se a prometer título como fizera o Special One em 2002, depois, considerou ser mais parecido com Bobby Robson do que com o técnico português. "Para muitos cheira a imitação e a clone, mas refuto completamente isso. Sou até mais clone de Robson do que de Mourinho", assegurou, antes de apresentar argumentos: "tenho ascendência inglesa, o nariz grande e gosto de beber vinho...", brincou. No entanto, não se mostrou preocupado com as associações. "Qualquer um deles me marcou, o Robson pelo empurrão inicial, mas também partilhei ideias e cresci à volta de Mourinho; além disso, neste clube houve muita gente que me viu crescer como treinador porque entrei para cá aos 17 anos. Muita gente teve impacto no meu 'background'", admitiu. Contudo, garantiu ter um estilo próprio. "Criei as minhas ideias, adaptei-me ao futebol moderno. Gosto de um estilo de jogo, marquei a diferença com um nova forma de encarar o jogo e de jogar futebol. Mas sei perfeitamente o que é que se exige num clube de topo, sei o que é rendimento para este clube e qual o "target" que tenho de atingir", frisou.


"Incompetente é coisa que não sou"

Será que a mudança de treinador significa uma mudança de paradigma no FC Porto, com novo sistema táctico? André Villas-Boas não quis abrir o jogo. "Fala-se muito em modelo de jogo mas, se calhar, ele até nem está definido", admitiu. Não obstante, garantiu ter tudo muito bem estruturado quanto ao que quer implementar no clube. "Fala-se muito da boca para fora de organização, mas tenho isso bem definido. Se não tivesse era incompetente e isso é coisa que não sou. Tenho as coisas bem definidas, seja em treino ou em jogo. Sei o que quero da equipa e vou procurar com que tudo funcione", sublinhou. Villas-Boas não prometeu título de campeão no ano de estreia, mas sabe que o seu futuro no Dragão, ou em qualquer outro lado, depende dos resultados. Convidado a deixar uma mensagem aos adeptos que estarão mais cépticos em relação à sua chegada ao FC Porto, o técnico mostrou-se confiante de que não vai precisar de muito tempo para os convencer. "Os nomes tornam-se consensuais à medida que vão ganhando jogos e eu espero ganhar rapidamente. Daqui a quatro ou cinco semanas, quando passar lá fora, as pessoas já vão estar mais de acordo", atirou. Afinal, André é portista desde pequenino e quer usar o conhecimento adquirido no clube. "Sei quais os valores que são defendidos nesta casa, já os defendi até à exaustão. De certeza que não foi isso que pesou na decisão do presidente, mas serve-me como guia. Tenho essa referência e sei o que esperam de mim".


Idade cria inveja não um problema

A ideia passava apenas por um pequeno discurso de introdução, mas Pinto da Costa acabou por abrir uma excepção e respondeu a uma pergunta, relativa à idade de André Villas-Boas, de 32 anos.

Aliás, a idade do novo treinador, o mais jovem de sempre no FC Porto, é um tema recorrente por estes dias. "De todas as pessoas com quem falei, não conheço nenhum que esteja céptico. Ouvi muita gente antes de tomar uma decisão e, no momento crucial, todas as pessoas apoiaram esta escolha. Não vejo por que possa estar preocupado, porque quando se acredita num projecto novo é para ir para a frente sem receios e sem pensar que haja alguém que não esteja agradado.
Quanto ao problema da idade, em dois dias o André já tem três mil anos, porque foi dito tantas vezes que tem 32 anos que, se forem somando, ele já é antes de Cristo", disse o presidente do FC Porto, que fechou o discurso com uma observação. "Estão muito preocupados com a idade do André. Olhe, eu sou muito mais velho do que ele e não estou preocupado, estou é com inveja. Se calhar é o que muitos têm". E mais não disse Pinto da Costa. "Ainda posso ser castigado", brincou.
Antes do início da cerimónia, e já na sala VIP, o presidente entregou a André Villas-Boas o novo cartão de sócio do FC Porto depois da renumeração levada a cabo recentemente. O treinador é sócio desde os dois anos de idade e tem o número 11 428. Este foi apenas um dos muitos momentos de cumplicidade entre presidente e treinador.


E André animou o circo mediático

Marcada para as 13 horas, a apresentação de André Villas-Boas começou com seis minutos de atraso. Foi nessa altura que o treinador surgiu na sala VIP do Estádio do Dragão, ladeado, claro, por Pinto da Costa, que arrastou atrás de si toda a administração da SAD e toda a equipa técnica, composta por Vítor Pereira, Pedro Emanuel, José Mário Rocha e Will Coort. A sala já estava preenchida com todos os vice-presidentes do clube e muitos funcionários do Grupo FC Porto, totalizando, assim por alto, quase uma centena de pessoas. Sala cheia, portanto. Vítor Baía não esteve presente.

Vestido a rigor, mas sem gravata (ou seja, manteve o traço visto na Académica, com a tradicional camisa branca), Villas-Boas esperou 35 segundos, tempo que Pinto da Costa demorou a apresentá-lo, para enfrentar o circo mediático. A hora era de informação televisiva e os directos foram feitos em todas as estações. Na sala VIP do Dragão foram montadas dez câmaras, registando-se a presença de mais de 50 jornalistas.

Envolvido pelo relvado e bancadas do Dragão, André Villas-Boas não escondeu um brilho nos olhos quando começou a falar. Afinal de contas, estava a cumprir um sonho alimentado por 30 anos de filiação ao FC Porto. Antes de a cerimónia começar, Pôncio Monteiro não se conteve e deixou escapar um comentário: "Estão aqui muitos juvenis". A referência foi para toda a equipa técnica do FC Porto, marcada pela juventude e também pela ligação ao clube.

Ao cabo de 18 minutos, Villas-Boas lá abandonou a sala, mas antes deu o primeiro autógrafo, supostamente a um funcionário, uma vez que os adeptos (poucos) ficaram do lado de fora. Mais uma coisa: tirando as conferências de Imprensa, o treinador não vai dar entrevistas individuais ao longo da época.


Revista de Imprensa
uefa.com

O site da UEFA noticiou a apresentação oficial de André Villas-Boas, qualificando esta aposta no agora treinador do FC Porto, como "excitante", numa altura em que o clube dá um passo para "uma nova era do seu futebol". A Liga Europa é apontada como um grande desafio para Villas-Boas.

CBS

Na CBS, Villas-Boas é ligado a José Mourinho, apresentado como seu adjunto e dono de conhecimentos adquiridos também sob a tutela do Special One durante as suas passagens pelo Chelsea e pelo Inter, sublinhando-se ainda o bom trabalho feito em Coimbra.

MARCA.COM

Em Espanha, o jornal "Marca" destaca a apresentação de André Villas-Boas, descrevendo-o como um técnico que quer ganhar tudo no FC Porto, consciente das exigências que lhe são feitas, mas seguro de si e da sua competência para levar a cabo a tarefa de devolver o FC Porto às vitórias.

CARACOL Rádio

A rádio Caracol, da Colômbia, sublinha o papel de Villas-Boas na Académica, que conseguiu manter na I Divisão portuguesa, descrevendo-o ainda como adjunto de Mourinho perito nas observações das equipas que o Special One defrontou no Chelsea e no Inter.

Sport.be

O Sport.be, da Bélgica, anuncia que "o aluno de Mourinho vai treinar o FC Porto", considerando o novo técnico dos dragões como o "discípulo" do Special One, adiantam que Villas-Boas arrancou verdadeiramente com a sua carreira de treinador na Académica, evitanto a sua despromoção.

L'Équipe

Por fim, no "L'Équipe", André Villas-Boas é apresentado como um treinador que, apesar da juventude, apostou na conquista de títulos ao serviço do FC Porto. O diário francês, sublinha ainda o facto de se tratar de um ex-colaborador de José Mourinho no Chelsea e no Inter.”


EM
www.ojogo.pt

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Sê Bem-vindo André!

Ontem o FC Porto Comunicou à CMVM a contratação de André Vilas Boas, que será o mais jovem treinador da história do clube.
Sou sincera, este não era o meu treinador preferido, para substituir Jesualdo, pois, parece-me uma aposta um tanto ou quanto arriscada, devido à pouca experiência como treinador principal. No entanto, acredito que André Vilas Boas tenha aprendido muito com os mestres com quem trabalhou. E, portanto, espero que ponha em prática todos os conhecimentos que tem. Agora André Vilas Boas, mas claro que a partir do momento em que é oficialmente treinador do FC Porto, terá sempre o meu apoio incondicional, tanto nos momentos bons como nos maus.
Por isso Boa sorte André Vilas Boas!